“Como explicar Botsuana e sua magia? Alguns dizem que é por conta da terra de diamantes, outros por causa da água. Eu, racional que sou, vejo na história desse povo uma das razões: um país que jamais enfrentou conflitos, com economia e moeda estáveis, e sem o domínio de um governo ditador em sua memória; um povo pouco numeroso em um local cuja maior parte da área é deserto, sendo a água um fator extremamente importante. A descoberta do diamante logo após a sua independência transformou o segundo país mais pobre do mundo naquele com a moeda mais estável da África. Porém, além de todos os fatos, ainda existe o inexplicável. Nesta segunda visita a Botsuana, novamente vivenciei momentos mágicos. Mais uma vez fui capaz de me emocionar, mesmo já esperando, ou acreditando saber o que iria encontrar. Duas vezes que vi o amor renascer…
Os times de cada lodge conseguiram ir muito além, apenas sendo eles mesmos! Fizeram surpresas, cantaram com todo o amor, respeito e orgulho. O orgulho de serem quem são, de sua história, de levantar a bandeira entre sorrisos fartos e sinceros. Eles brincam entre si enquanto trabalham e encantam hóspedes do mundo inteiro, sem intencionalidade, sem demagogia. São almas que já viveram muitas vidas, profundas conhecedoras do tempo das coisas. Sem pressa, sem lástimas, agradecem por cada gota de água que cai sobre seu solo árido porque compreendem a sua importância. Não é à toa que a mesma palavra que dá nome à sua moeda também significa “chuva” e é aquela que se traz ao brinde quando os copos se tocam: pula! Um só nome para tão diversas traduções de abundância. Acolhem cada hóspede como um filho ou uma avó amorosa que merece o maior dos cuidados e dos amores. Na mesa única, compartilhamos histórias com brilho nos olhos e até lágrimas de emoção ao ouvir as canções populares, num canto que claramente trazem da alma de tão vibrante e que é passado entre as gerações. Cozinham e servem a todos como uma grande família, que lá nos damos a chance de entender afinal que é o que de fato somos todos como seres humanos.
Permitir-se vivenciar esse destino em toda a sua vastidão, abrir-se para a cultura desse povo e mergulhar na beleza da natureza me fez sentir mais próxima de Deus! Me fez enxergar mais uma vez a Sua grandiosidade! E fez ressurgir minha confiança na vida, acreditando no tempo dos acontecimentos, no passar das horas que não é ditado pelo ponteiro do relógio, e na renovação da esperança. Meu coração bateu no ritmo do canto dos pássaros, conectado com a beleza desse lugar. Meu sonho é que pelo menos uma vez na vida todos possam sentir a alegria que senti ao retornar. PULA!”
Mayra Iguchi
Parceira Cia Eco – @hiphotels







